DIÁCONOS
Isso fica claro em Atos 6 . Essa passagem tem desempenhado um papel importante nas discussões sobre diáconos . Frequentemente , muito peso tem sido colocado nessa passagem de uma forma que parece inerentemente problemática , dado o quão incomum eram as circunstâncias em Jerusalém e quão pouca evidência há no Novo Testamento , de forma mais ampla , de que o padrão de Atos 6 deveria ser entendido como normativo . Isso é especialmente verdade , considerando que grande parte do material registrado nos primeiros capítulos de Atos é de natureza transitória . É sábio buscarmos confirmação nas epístolas antes de tentarmos usar os eventos do início de Atos como modelo para a vida da igreja .
No entanto , mesmo se considerarmos Atos 6 como um modelo , devemos observar que ele ainda não apoia a ideia de que o trabalho do diácono está relacionado especificamente à responsabilidade material ou financeira . Em primeiro lugar , os “ sete homens de boa reputação , cheios do Espírito Santo e de sabedoria ” ( v . 3 ) que são encarregados da ministração diária ( diaconia ) nunca são chamados de diáconos . Mais significativas , todavia , são as palavras dos apóstolos ao abordarem a situação que havia surgido em Jerusalém : “ E os doze [...] disseram : Não é razoável que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos ( diakoneō ) às mesas . [...] Mas nós perseveraremos na oração e no ministério ( diakonia ) da palavra ” ( vs . 2-4 ). A passagem apresenta não uma , mas duas formas diferentes de trabalho do diácono : o serviço das mesas e o ministério da Palavra . Não há nenhuma sugestão de que elas fossem mutuamente exclusivas ; de fato , o exemplo de Estêvão demonstra que não eram . Em vez disso , essa era uma divisão de trabalho que permitia que a obra de Deus , em todos os seus aspectos , progredisse de forma ordenada . Tampouco seria correto descrever um serviço como espiritual e o outro como material ; a exigência de que esses sete homens fossem “ cheios do Espírito Santo e de sabedoria ” deixa isso tão claro quanto possível . E , como nas passagens mencionadas acima , há um nítido senso de comissionamento ( e da necessidade de qualificação adequada para esse comissionamento ), bem como uma responsabilidade clara e identificável .
Resta considerar como é o serviço do diácono no contexto de uma igreja local , pois , embora os princípios descritos acima sejam , sem dúvida , importantes para nossa compreensão do que os diáconos são e fazem , é preciso reconhecer que as especificidades de passagens como Atos 6 ou 2 Coríntios 3 e 4 não são diretamente replicadas no contexto do testemunho da igreja local do século XXI .
Duas passagens são relevantes para essa questão : Filipenses 1:1 e 1 Timóteo 3:8- 13 . A referência aos diáconos em Filipenses 1:1 é rápida : “ Paulo e Timóteo [...] a todos os santos [...] em Filipos , com os bispos e diáconos ”. A resposta provavelmente está na ênfase da epístola sobre a unidade da igreja , bem como em seu destaque para a importância do serviço . O que é notável para nossos propósitos atuais , no entanto , é que os diáconos em Filipos eram , assim como os anciãos , um grupo identificável de homens ; quando Paulo se dirigia a eles , todos sabiam quem eram . Isso sugere que , assim como os anciãos foram formalmente reconhecidos , os diáconos também o foram .
Essa impressão é reforçada pela discussão mais extensa sobre diáconos em 1 Timóteo 3 . Aqui , também , o paralelo dos diáconos com os presbíteros é significativo ; diáconos e presbíteros claramente não são a mesma coisa , mas é igualmente claro que são o mesmo tipo de coisa . Além disso , os critérios detalhados para diáconos , embora sejam indubitavelmente importantes para serem considerados por uma pessoa que está se exercitando no serviço , são mais bem compreendidos como a definição do padrão para aqueles que devem ser reconhecidos como diáconos . “ E também estes sejam primeiro provados , depois sirvam , se forem irrepreensíveis ”, contempla claramente um processo de provação seguido pelo reconhecimento de diáconos qualificados
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