Sofrimento | Page 25

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ao lado da cama da minha filha, implorando a Deus para conseguir suportar a miséria do seu câncer. O sofrimento dela engoliu o meu. Sua dor fluiu para o meu corpo, meus sentimentos e meu espírito como fogo. Para alguns, ponderamos uma agonia ainda maior – o último suspiro de seu filho arrancando o seu próprio. Querido crente, existem profundidades de sofrimento e dor que não podemos conhecer. Ainda mais para Maria e seu filho.
A Reação da Sofredora
Estando ali, ao pé da cruz, traçamos os olhos de Maria para o rosto do Senhor Jesus. Como ela poderia se recuperar daquilo? Ele sentiu toda a dor dela no Calvário, embora as profundezas de Sua tristeza fossem muito maiores:“ levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro”( 1 Pedro 2:24). Ele sabia que ela precisaria de cuidado e conforto. Com grande compaixão, o Senhor Jesus a recomendou a Seu discípulo amado:“ Eis aí tua mãe”( João 19:27). Nada poderia fechar as feridas da cruz, mas, por decreto divino, João cuidaria dela com todo o coração. Ele entendeu o que poucos poderiam entender.
Maria testemunhou a morte atroz e o sepultamento de seu filho, mas, por graça, quaisquer dúvidas formadas ali foram rapidamente superadas pela bendita ressurreição do seu Senhor Jesus Cristo. Atos 1:14 nos garante que Maria e seus filhos se uniram aos mesmos discípulos que testemunharam Sua ascensão ao céu. Ele estava vivo, e atendeu a todas as suas esperanças! Ela sabia que Ele era“ esse Jesus” e, com os outros, esperou pela Sua volta( Atos 1:11).
O Resultado da Aflição
Pelo que lemos sobre Maria em Atos 1:14, ela esteve em Jerusalém durante os primeiros dias da igreja e no Pentecostes. Eles se reuniam diariamente no templo, comiam juntos, louvavam a Deus abertamente e compartilhavam uma rica comunhão( Atos 2:46- 47). Semanalmente, as orações eram oferecidas“ em memória de Mim” por aqueles que conheciam o Senhor em primeira mão. Havia pão e vinho. Considere o poder de Pedro e João ali, relembrando a manhã da ressurreição. Ouça a oração devota de Tiago. Será que Tomé lembrou-se dos cravos em suas mãos? A adoração deve ter sido de tirar o fôlego.
Mas Maria também estava ali, reclinada em silêncio e meditando sobre seu filho Salvador. Eu imagino lágrimas. Com os olhos fechados, ela viu as promessas feitas a ela serem cumpridas Nele na cruz. Ela reviveu Sua rejeição, vendo a coroa da zombaria e os pregos cruéis. Ela sentiu a dor e lembrou da Sua voz. Lembrar dele? Como ela poderia esquecer? Esses são os preciosos pensamentos de alguém próxima à cruz. E como seria algo verdadeiramente divino, se valer, com amor, das profundezas do seu grande sofrimento para honrar a Cristo ali em Jerusalém, levantando, silenciosamente, toda a igreja em louvor. De fato, quanto mais conhecemos Dele e do Seu sofrimento, mais grata e profunda nossa lembrança se torna.

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