Sofrimento | Page 17

SANTOS QUE SOFRERAM: MARIA antes deles mesmos nascerem. Deus também nos faz promessas. É por isso que ficamos escolhendo nomes enquanto aguardamos a chegada de uma criança. Tentamos ver com quem eles se parecem, sorrimos enquanto eles brincam e, ao contrário de Maria, nos irritamos com seus erros. Nós fazemos o nosso melhor para pavimentar a estrada. Então, quando o pecado entra em ação, roubando deles e de nós esses sonhos e esperança, a dor é muito pessoal. Apesar do desafio às suas expectativas, a doce Maria permaneceu junto à cruz e presenciou a agonia física do seu próprio filho, crucificado na mais cruel das injustiças pecaminosas. A cena é tão intensa que nossos corações choram. Com cuidado, alguns de nós se aventuram a entender; nossos próprios filhos já sofreram angústia diante de nossos olhos. Alguns estão sofrendo agora. E alguns pais já passaram pela amarga ferida de enterrar seus filhos e filhas. Eu mesmo já me sentei, esmagado, ao lado da cama da minha filha, implorando a Deus para conseguir suportar a miséria do seu câncer. O sofrimento dela engoliu o meu. Sua dor fluiu para o meu corpo, meus sentimentos e meu espírito como fogo. Para alguns, ponderamos uma agonia ainda maior – o último suspiro de seu filho arrancando o seu próprio. Querido crente, existem profundidades de sofrimento e dor que não podemos conhecer. Ainda mais para Maria e seu filho. A Reação da Sofredora Estando ali, ao pé da cruz, traçamos os olhos de Maria para o rosto do Senhor Jesus. Como ela poderia se recuperar daquilo? Ele sentiu toda a dor dela no Calvário, embora as profundezas de Sua tristeza fossem muito maiores: "levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro" (1 Pedro 2:24). Ele sabia que ela precisaria de cuidado e conforto. Com grande compaixão, o Senhor Jesus a recomendou a Seu discípulo amado: “Eis aí tua mãe” (João 19:27). Nada poderia fechar as feridas da cruz, mas, por decreto divino, João cuidaria dela com todo o coração. Ele entendeu o que poucos poderiam entender. Maria testemunhou a morte atroz e o sepultamento de seu filho, mas, por graça, quaisquer dúvidas formadas ali foram rapidamente superadas pela bendita ressurreição do seu Senhor Jesus Cristo. Atos 1:14 nos garante que Maria e seus filhos se uniram aos mesmos discípulos que testemunharam Sua ascensão ao céu. Ele estava vivo, e atendeu a todas as suas esperanças! Ela sabia que Ele era "esse Jesus" e, com os outros, esperou pela Sua volta (Atos 1:11). O Resultado da Aflição Pelo que lemos sobre Maria em Atos 1:14, ela esteve em Jerusalém durante os primeiros dias da igreja e no Pentecostes. Eles se reuniam diariamente no templo, comiam juntos, louvavam a Deus abertamente e compartilhavam uma rica comunhão (Atos 2:46-47). Semanalmente, as orações eram oferecidas “em memória de Mim" por aqueles que conheciam o Senhor em primeira mão. Havia pão e vinho. Considere o poder de Pedro e João ali, relembrando a manhã da ressurreição. Ouça a oração devota de Tiago. Será que Tomé lembrou-se dos cravos em suas mãos? A adoração deve ter sido de tirar o fôlego. Mas Maria também estava ali, reclinada em silêncio e meditando sobre seu filho Salvador. Eu imagino lágrimas. Com os olhos fechados, ela viu as promessas feitas a ela serem cumpridas Nele na cruz. Ela reviveu Sua rejeição, vendo a coroa da zombaria e os pregos cruéis. Ela sentiu a dor e lembrou da Sua voz. Lembrar dele? Como ela poderia esquecer? Esses são os preciosos pensamentos de alguém próxima à cruz. E como seria algo verdadeiramente divino, se valer, com amor, das profundezas do seu grande sofrimento para honrar a Cristo ali em Jerusalém, levantando, silenciosamente, toda a igreja em louvor. De fato, quanto mais conhecemos Dele e do Seu sofrimento, mais grata e profunda nossa lembrança se torna. 17