SANTOS QUE SOFRERAM: MARIA
antes deles mesmos nascerem. Deus também
nos faz promessas. É por isso que ficamos
escolhendo nomes enquanto aguardamos a
chegada de uma criança. Tentamos ver com
quem eles se parecem, sorrimos enquanto eles
brincam e, ao contrário de Maria, nos irritamos
com seus erros. Nós fazemos o nosso melhor
para pavimentar a estrada. Então, quando o
pecado entra em ação, roubando deles e de
nós esses sonhos e esperança, a dor é muito
pessoal.
Apesar do desafio às suas expectativas, a doce
Maria permaneceu junto à cruz e presenciou a
agonia física do seu próprio filho, crucificado
na mais cruel das injustiças pecaminosas.
A cena é tão intensa que nossos corações
choram. Com cuidado, alguns de nós se
aventuram a entender; nossos próprios filhos
já sofreram angústia diante de nossos olhos.
Alguns estão sofrendo agora. E alguns pais já
passaram pela amarga ferida de enterrar seus
filhos e filhas.
Eu mesmo já me sentei, esmagado, ao lado da
cama da minha filha, implorando a Deus para
conseguir suportar a miséria do seu câncer. O
sofrimento dela engoliu o meu. Sua dor fluiu
para o meu corpo, meus sentimentos e meu
espírito como fogo. Para alguns, ponderamos
uma agonia ainda maior – o último suspiro de
seu filho arrancando o seu próprio. Querido
crente, existem profundidades de sofrimento
e dor que não podemos conhecer. Ainda mais
para Maria e seu filho.
A Reação da Sofredora
Estando ali, ao pé da cruz, traçamos os olhos
de Maria para o rosto do Senhor Jesus.
Como ela poderia se recuperar daquilo? Ele
sentiu toda a dor dela no Calvário, embora
as profundezas de Sua tristeza fossem muito
maiores: "levando ele mesmo em seu corpo
os nossos pecados sobre o madeiro" (1
Pedro 2:24). Ele sabia que ela precisaria de
cuidado e conforto. Com grande compaixão,
o Senhor Jesus a recomendou a Seu discípulo
amado: “Eis aí tua mãe” (João 19:27). Nada
poderia fechar as feridas da cruz, mas, por
decreto divino, João cuidaria dela com todo o
coração. Ele entendeu o que poucos poderiam
entender.
Maria testemunhou a morte atroz e o
sepultamento de seu filho, mas, por graça,
quaisquer dúvidas formadas ali foram
rapidamente superadas pela bendita
ressurreição do seu Senhor Jesus Cristo.
Atos 1:14 nos garante que Maria e seus
filhos se uniram aos mesmos discípulos
que testemunharam Sua ascensão ao céu.
Ele estava vivo, e atendeu a todas as suas
esperanças! Ela sabia que Ele era "esse Jesus"
e, com os outros, esperou pela Sua volta (Atos
1:11).
O Resultado da Aflição
Pelo que lemos sobre Maria em Atos 1:14,
ela esteve em Jerusalém durante os primeiros
dias da igreja e no Pentecostes. Eles se
reuniam diariamente no templo, comiam
juntos, louvavam a Deus abertamente e
compartilhavam uma rica comunhão (Atos
2:46-47). Semanalmente, as orações eram
oferecidas “em memória de Mim" por aqueles
que conheciam o Senhor em primeira mão.
Havia pão e vinho. Considere o poder de
Pedro e João ali, relembrando a manhã da
ressurreição. Ouça a oração devota de Tiago.
Será que Tomé lembrou-se dos cravos em
suas mãos? A adoração deve ter sido de tirar
o fôlego.
Mas Maria também estava ali, reclinada em
silêncio e meditando sobre seu filho Salvador.
Eu imagino lágrimas. Com os olhos fechados, ela
viu as promessas feitas a ela serem cumpridas
Nele na cruz. Ela reviveu Sua rejeição, vendo
a coroa da zombaria e os pregos cruéis. Ela
sentiu a dor e lembrou da Sua voz. Lembrar
dele? Como ela poderia esquecer? Esses são
os preciosos pensamentos de alguém próxima
à cruz. E como seria algo verdadeiramente
divino, se valer, com amor, das profundezas do
seu grande sofrimento para honrar a Cristo ali
em Jerusalém, levantando, silenciosamente,
toda a igreja em louvor. De fato, quanto mais
conhecemos Dele e do Seu sofrimento, mais
grata e profunda nossa lembrança se torna.
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