Finanças | Page 25

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supérfluas, para satisfazer o ego. Não há nada de errado com a cozinha nova que você montou. Não há nada de errado em comprar um novo computador ou um novo carro. Todas essas coisas podem ser utilizadas em prol do Senhor e podem acabar sendo uma bênção para a igreja e para o povo de Deus. É aí que mostra o segredo: será que posso usar isso que estou comprando para o Senhor e Seu povo? Quando eu gasto dinheiro só para ter algo novo e me sentir bem comigo mesmo ou compro algo para me sentir mais“ importante” perante os meus vizinhos( ou outros crentes), isso significa que caí na armadilha do egocentrismo. A maioria de nós tem uma visão muito limitada do quanto custa servir ao Senhor em uma terra estrangeira. Quantos de nós têm a mais vaga ideia a respeito do valor do orçamento médio de um evangelista, cujos gastos envolvem o aluguel de salas, a impressão de folhetos e até mesmo a locomoção? Executar a obra do Senhor é algo muito caro, tanto para os que fazem a obra por aqui quanto para aqueles que trabalham em países estrangeiros. Ah, vale lembrar que além de tudo eles também pagam aluguel e contas domésticas, assim como você. Morar em um país de terceiro mundo nem sempre significa ter contas baratas.
É preciso dizer também que o crescente endividamento dos mais jovens tem sido um enorme obstáculo para a participação deles na obra do Senhor. Você vai lá e se forma na faculdade já endividado, por conta das mensalidades. Daí precisa ter um emprego que pague bem, para conseguir sanar suas dívidas. Em seguida, vem o casamento, a compra de um imóvel e, é claro, os gastos do dia a dia. A possibilidade de abandonar um emprego bem remunerado é bem pequena, dado o tamanho da dívida. Participar da obra do Senhor é algo que você nem cogita, já que a sua cabeça está mais preocupada com os afazeres do trabalho e do dia a dia. O que importa para você é pagar a sua dívida.
É trágico, mas a acumulação de bens materiais não nos deixa mais seguros e nem mais importantes. Na verdade, acaba nos transformando em pessoas ansiosas e inseguras. Nós fazemos perguntas como“ Será que eu consegui o melhor preço naquele carro?” ou“ Será que esse é o computador certo para eu comprar?” A gente acabou de fazer a compra daquele aparelho legal, moderno e bacana quando de repente vem um amigo e nos diz que nós deveríamos ter comprado um modelo diferente. As páginas de dicas para os consumidores nos dizem que existem escolhas melhores. O resultado disso é que toda compra que fazemos é contaminada por uma sensação de incerteza e medo, pois não queremos fazer a escolha errada. Ainda assim, optamos por continuar consumindo e acumulando. A quantidade imensa de opções disponíveis, por si só, já nos causa uma sensação de incerteza e desconforto, durante o processo decisório de compra. A vida do homem não consiste na quantidade de coisas que ele possui!

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