AS GARRAS
DA DÍVIDA
Paul Barnhardt
um devedor da misericórdia…"
Oh, que as palavras deste hino
"Apenas
fossem verdadeiras para todos – que
fôssemos apenas devedores da misericórdia! A
humanidade como um todo tem uma grande
dívida de adoração e glória ao supremo e
gracioso Deus, de Quem todas as bênçãos
fluem. Com a entrada do pecado no mundo,
restringindo a capacidade do homem e da
criação de darem a Deus o que Lhe é devido,
um enorme déficit se acumulou desde o
paraíso (Éden) e desde os louvores iniciais
de nossos primeiros pais, Adão e Eva. Nesse
sentido, o pecado rouba de Deus a Sua glória,
mas todos nós podemos nos maravilhar com
a sublimidade das palavras do Salmo 69:4:
"então, restituí o que não furtei". No Calvário,
Cristo pagou não apenas nossa dívida do
pecado, mas tudo aquilo que a criação perdeu
no Éden. Deus encontra em Cristo e no Seu
sacrifício tudo e mais ainda do que o pecado
roubou. O último resgate ainda está para ser
realizado, mas o preço de todos os pagamentos
em atraso foi pago!
Embora a conta espiritual de um cristão esteja
liquidada para sempre, a conta fiscal de um
indivíduo pode lhe tirar o sono. Milhões em
todo o mundo estão imersos em dívidas
pessoais, em países que também possuem
dívidas públicas. As dívidas do Estado,
aparentemente, não nos causam muitas noites
sem dormir, mas a dívida pessoal pode ser um
fardo pesado que pressiona a mente de muitos.
Se alguma vez na vida já devemos a alguém
qualquer coisa, como uma carta, um almoço
ou impostos às autoridades, deveria haver
um esforço para pagar qualquer dívida. "A
ninguém devais coisa alguma": a exortação de
Paulo, em Romanos 13, não é uma vedação a
tomar empréstimos; é uma proibição de deixar
de pagar o que é devido ao outro. Deveria
ser uma prioridade para o cristão pagar o que
deve, pela honra do nome Daquele a Quem
mais deve.
Embora seja justo pagar um débito, evitar
as dívidas antes de tudo é ainda melhor.
Deus nunca quis, em Israel, que houvesse
dívidas perpétuas, razão pela qual, em parte,
estabeleceu a remissão dos sete anos. Ao
final de Lucas 14, o Senhor Jesus ilustra a
verdade a respeito do discipulado, sugerindo
que é prudente contar os custos antes de se
comprometer com um projeto. O homem sábio
de Provérbios 22:7 observou que "o que toma
emprestado é servo do que empresta" e não
é livre para perseguir seus próprios interesses.
O Senhor disse em Lucas 16 que um homem
não pode servir a Deus e a Mamom. Alguns se
dedicam à busca de riquezas, enquanto outros
ficam cativos, comprometidos durante anos de
trabalho, mas presos nas garras da dívida. Em
ambos os casos, tempo, força e oportunidades
para servir a Deus são perdidos em troca de
servir ao dinheiro.
Assim como uma teia de aranha, dívidas
entrelaçam-se rapidamente e são
frequentemente tecidas pelas nossas próprias
escolhas. Será mesmo que eu realmente
precisava daquele carro específico, ou dessa
casa de três andares nesta parte luxuosa
da cidade? Será que o diploma daquela
universidade em que só estuda gente rica
vale mais do que o daquela faculdade mais
modesta? Às vezes, a culpa não é diretamente
de uma pessoa, como quando as despesas
aumentam e a renda permanece inalterada
ou diminui completamente. Hipotecas,
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