O NEGLIGENCIADO ORÇAMENTO
da nação para prover para o povo durante os
anos de fome. Há uma lição importante aqui:
embora não tenhamos certeza sobre o futuro, é
razoável esperar que necessidades financeiras
vão surgir – acidentes ocorrem e as coisas
não acontecem sempre como esperamos.
Um orçamento nos possibilitará ter alguma
margem de manobra. Se o seu planejamento
for projetado apenas para circunstâncias
ideais, e não contiver margem para despesas
irregulares, ele vai te decepcionar.
Lições Aprendidas Por Experiência
Ao preparar nosso orçamento preliminar,
pouco tempo depois de nos casarmos,
Esther e eu descobrimos dois problemas. O
primeiro foi que, do jeito que ele havia sido
feito, não iria funcionar; havia uma forte
probabilidade de que, em alguns meses, sairia
mais dinheiro do que entraria. Não cometa o
erro de pensar que você pode simplesmente
usar seu cartão de crédito para atravessar o
momento de escassez e pagá-lo quando as
coisas (esperançosamente) melhorarem por
aí. Dívidas de cartão de crédito são fatais;
não deixe para pagar a conta do cartão de
crédito depois da data de vencimento mensal.
Percebemos que tínhamos que diminuir o que
planejávamos gastar ou então iríamos cavar
a nossa própria cova. "O avisado vê o mal e
esconde-se; mas os simples passam e sofrem a
pena." (Provérbios 22:3)
Segundo problema: depois de alguns meses,
percebemos que nossas ofertas para a obra
do Senhor, por meio da igreja local ou em
particular, haviam se tornado uma sobra
do que restava depois que todo o resto já
tinha sido alocado. Embora nossos gastos
não correspondessem a um estilo de vida
extravagante, eles refletiam alguns desejos
que não eram, obrigatoriamente, necessários.
De novo, nosso orçamento nos ajudou a ver
o que poderíamos mudar. Diante do Senhor,
determinamos uma porcentagem da nossa
renda que queríamos ofertar. Tentamos, então,
definir como nossas despesas mensais seriam
alocadas a fim de dar mais ao Senhor. "Honra
ao Senhor com os teus bens e com as primícias
de toda a tua renda." (Provérbios 3:9) ARA
Por que o Orçamento é
Negligenciado?
A personalidade de alguns indivíduos é
particularmente contrária ao ato de planejar
com detalhes e de sempre estar verificando,
posteriormente, os números; só de pensarem
nisso gera aquela sensação de ter as unhas ou
um giz raspando num quadro-negro. Mas, às
vezes, os desafios precisam ser encarados de
frente, e o "touro deve ser domado pego pelos
chifres". Para outras pessoas, o planejamento
prévio é negligenciado porque os benefícios
nunca foram explicados, e ainda não foram
examinados por eles. Outros ainda podem
achar que o orçamento é desnecessário em
uma vida de fé. De fato, precisamos confiar
em Deus no campo das finanças e de nossas
necessidades para viver, mas fé e planejamento
não são conceitos opostos entre si. Às vezes,
surgem circunstâncias que estão fora do nosso
controle e que ultrapassam o orçamento,
trazendo enormes pressões financeiras – e
elas não passam despercebidas pelo nosso Pai
Celestial (cf. Mateus 6:32). Mas isso não nega
o valor do planejamento.
A prática de calcular com antecedência e a
adesão a ela, geralmente, são um exercício
de autodisciplina. Há milhões de pessoas no
mundo para as quais a palavra "orçamento"
não faz parte do seu vocabulário; elas não
têm nada para terem com o que orçar e
apenas esperam sobreviver um dia após o
outro. As circunstâncias pessoais da maioria
dos que leem este artigo são diferentes. E
se você possui uma certa abundância, vem
então a responsabilidade de ser sábio, e não
desinteressado, com o que o Senhor lhe confia.
No mínimo, faça um relatório de como você
gastou seu dinheiro durante o ano passado,
o que será um exercício espiritualmente
frutífero e que vai abrir os seus olhos. "Pois,
se nas riquezas injustas não fostes fiéis, quem
vos confiará as verdadeiras?" (Lucas 16:11)
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