dependia de como ele usava o breve tempo
que tinha disponível, a nossa recompensa
eterna é determinada por nossa fidelidade
aqui e agora.
Vista sob esse prisma, a parábola do mordomo
infiel é desafiadora ao extremo e deve nos
levar a refletir se temos demonstrado a
prudência que esse homem demonstrou.
Tragicamente, muitas vezes é verdade que "os
filhos deste mundo são mais prudentes na sua
geração do que os filhos da luz" (v. 8). Planejar
o futuro é algo que nossos amigos, vizinhos
e colegas não salvos
fazem o tempo todo.
Eles estabelecem seus
objetivos – realização
acadêmica, sucesso na
carreira, previdência
para aposentadoria
– e permitem que
esses objetivos
futuros moldem suas
prioridades e ações
atuais. Os objetivos nos quais eles miram
e investem são terrestres, passageiros e,
em última análise, sem sentido, mas eles os
perseguem com uma diligência e afinco que
devem causar um choque de realidade em
nós. Com demasiada frequência, nós, que
devemos almejar e focar firmemente em
galardões eternos e duradouros que realmente
importam, somos meros espectadores, sem
propósito, determinação ou foco. A realidade
solene é que, se muitos de nós dirigirmos
nossos negócios ou executarmos nosso
trabalho com o mesmo esforço que investimos
em nossa vida espiritual, morreríamos de
fome. Poderíamos imitar, não a desonestidade
do mordomo, mas sua sabedoria.
Nos versículos que seguem a parábola, o
Senhor deixa claro que o valor do mordomo
como exemplo é limitado à sua prudência.
Espera-se que nós sejamos fiéis em nossa
mordomia, como ele não era, e a fidelidade
é crucial, pois é a chave para nossa utilidade
atual e nossa futura recompensa: "Quem é fiel
no mínimo também é fiel no muito; quem é
“Quem é fiel no
mínimo também
é fiel no muito...”
O MORDOMO E A AUDITORIA FINAL
injusto no mínimo também é injusto no muito.
Pois, se nas riquezas injustas não fostes fiéis,
quem vos confiará as verdadeiras? E, se no
alheio não fostes fiéis, quem vos dará o que
é vosso?" (vv. 10-12). "No mínimo" descreve
nossos bens materiais – exceto que eles não
são propriamente nossos, porque também são
descritos aqui como "alheio". Seu dinheiro,
sua casa, seu carro e todas as coisas que
você possui não são realmente seus. Deus
deu a você para que você possa administrálos
fielmente e, ao fazer isso, demonstrar sua
aptidão para a você
ser confiado "o que é
vosso". E se você ou
eu falharmos nessa
responsabilidade, não
devemos esperar que
Deus há de nos confiar
o que é de real valor
– seja agora, seja na
eternidade vindoura.
Lucas 16 está lidando
principalmente com bens materiais. A parábola
dos talentos em Mateus 25 traz um argumento
semelhante, mas é, talvez, mais ampla em
sua aplicação; os talentos incluem o que é
material, mas também abrangem toda a gama
do que recebemos de Deus – habilidades, dons
espirituais, educação, oportunidades e muito
mais. A parábola ilustra que esses dons não
foram distribuídos de forma idêntica a todos.
Mas, como Lucas 16, destaca a relevância
crucial em nossa mordomia – não o sucesso
ou a prosperidade, mas a fidelidade ao nosso
Senhor no período de Sua ausência. E nos
lembra que nossa fidelidade (ou fracasso) aqui
terá consequências eternas.
Já foi dito que nossa vida é um "treinamento
para reinar", e é verdade. É também um
momento de prova para o serviço. Nossa
mordomia será auditada, e o desígnio do
nosso serviço eterno e a proporção da nossa
recompensa eterna dependerão do resultado
dessa auditoria. Que Deus ajude todos nós a
sermos fiéis mordomos de tudo o que Ele nos
confiou.
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