UMA VIDA DE
CONTENTAMENTO
Ryan Coleman
Aconselhar o povo de Deus a se contentar
em um mundo de coisas atraentes não
é algo fácil. Felizmente, um homem
mais capacitado escreveu palavras mais sábias
sobre o assunto! Em Provérbios 30, Agur,
filho de Jaque, se inclina diante de Deus e diz
tudo o que espero conseguir expressar aqui
com minhas mil palavras. Ambição egoísta
e ganância se opõem ao contentamento.
São pecados graves que aprisionam muitos
crentes. Seus ardis matam de fome nosso
contentamento, alimentam nosso orgulho e
desonram a Deus. Como dardos, eles perfuram
nosso testemunho e envenenam nossa
comunhão com os outros. A oração de Agur é
um escudo profundo e sábio contra tais males:
“Duas coisas te pedi; não mas negues, antes
que morra: afasta de mim a vaidade e a palavra
mentirosa; não me dês nem a pobreza nem a
riqueza; mantém-me do pão da minha porção
acostumada; para que, porventura, de farto te
não negue e diga: Quem é o Senhor? Ou que,
empobrecendo, venha a furtar e lance mão do
nome de Deus.” (Provérbios 30:7-9)
A cultura ocidental incentiva e recompensa a
alma ambiciosa, e não é pecado algum buscar
ganhos honestos. Afinal, as formigas e os
coelhos são elogiados pelos seus investimentos
(Provérbios 30:25-26). Entretanto, diretores
corporativos e influenciadores de mídias
sociais podem alimentar uma atitude doentia
e ímpia em seus seguidores. Muitos tentam
nos convencer de que a felicidade são
alguns dólares a mais, um título, um novo
truque para progredir ou um remédio não
descoberto para os problemas da vida. “Vá
atrás”; “Seja único”; “Tente isso”; “Basta clicar
aqui”; “Seja o melhor de você mesmo”. Mas
Agur exclama: “Mantenha essas vaidades e
palavras mentirosas longe!”. O socorro divino,
para rejeitar um estilo de vida competitivo, de
sempre nos superarmos e de nos comparar aos
outros, faz parte de seu pedido. É uma oração
difícil para alguns. As vaidades e as mentiras
são contadas para impressionar e menosprezar
os outros ou enganá-los para ganho pessoal.
Vaidades, ou palavras fraudulentas, são
histórias cheias de orgulho, contadas para
manipular os outros. Não podem levar a uma
vida de contentamento espiritual, nem podem
caracterizar um cristão.
Onde, então, o sábio de Provérbios 30
encontra seu contentamento? Em confiança
e dependência de Deus, somente em Deus.
O Senhor Jesus Cristo disse: “Vinde a mim,
todos os que estais cansados e oprimidos, e
eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e
aprendei de mim, que sou manso e humilde de
coração, e encontrareis descanso para a vossa
alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo
é leve” (Mateus 11:28-30). Deixando de lado a
ambição egoísta, Agur ora pelo que Deus sabe
que ele precisa, não pelo que ele quer para
si mesmo. O contentamento espiritual evita
tanto a busca ascética pela pobreza quanto
a voraz acumulação de riqueza. Pedir apenas
“o pão que me for necessário” é contrário
aos nossos instintos e é inconveniente para
aqueles que vivem o cristianismo da “Oração
de Jabez” (1 Crônicas 4:10). Em vez disso,
peça a Deus as coisas imediatas e práticas que
Ele sabe serem melhores para o nosso bem
espiritual, pois Ele é capaz.
Séculos após a oração de Agur, o Senhor
Jesus explicou como é a economia do céu no
Sermão da Montanha. Podemos imaginar Agur
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