SANTOS QUE SOFRERAM: JOSÉ
dor de quem sofre por fazer algo errado! Com
efeito, esse sofrimento pode ser sentido mais
profundamente. O ladrão na cruz sabia que
sofrera a devida recompensa por suas ações, e
ele esperava a punição (Lucas 23:41).
Que tapa no jovem José, quando ele
obedientemente encontrou seus irmãos em
Dotã, e se achou, horas depois, abandonado e
acorrentado atrás de uma caravana Midianita!
A mulher de Potifar lhe tirou qualquer chance
de se defender diante de seu mestre. Abatido,
ele foi jogado na prisão em uma erupção de
raiva. Algumas cronologias sugerem que José
pode ter sofrido por mais de cinco anos nas
masmorras, trabalhando, antes que os sonhos
do faraó lhe permitissem ver a luz do palácio.
Embora Deus tenha intencionado isso para o
bem, José conhecia a dor do sofrimento pela
maldade dos outros, e o ferro entrou em sua
alma (Salmo 105:18).
A Reação do Sofredor
É claro que José sofreu por fazer aquilo que
era bom e justo diante de Deus. Apesar disso,
a maior evidência do sofrimento de José pela
justiça é vista na chegada de seus irmãos ao
Egito. Com a escravidão e a prisão para trás
dele, o governante do Egito salva o império
e evita uma grande fome pela sabedoria de
Deus. A comida é abundante enquanto as
colheitas não vão bem, e as nações e tribos ao
redor são forçadas a ir ao Egito para comprar
grãos. São nessas condições que vemos seus
sonhos realizados, bem como testemunhamos
sua maior dor.
O "Salvador do Mundo" não chorou quando
os comerciantes Midianitas o levaram ao
Egito. Não houve lágrimas na casa de Potifar.
Dia após dia, o trabalho sombrio na prisão
era encarado com silêncio, não soluços.
Mas quando dez filhos de Jacó apareceram
a comprar grãos, José chorou abundantes
lágrimas. Verdadeiramente, José chorou
inteiramente por cada aflição que padeceu
por causa de seus irmãos, e cada lição que
aprenderam com a mão de José rasgou o
coração deles.
As lições foram difíceis, mas necessárias.
Os irmãos de José haviam desprezado seus
sonhos e a sua busca em Dotã, quando jovem,
e assim devem conhecer a dor do sofrimento,
sendo considerados espiões falsários em seu
reino. Eles o haviam vendido por prata e,
portanto, temeram encontrar prata nos seus
sacos de grãos. Eles o descartaram com a sua
autoridade de irmãos mais velhos e, assim,
desesperaram-se ao encontrar o copo de seu
senhor com Benjamin. Ele estava perdido
para seu pai e a família, mas eles ficaram
maravilhados quando os conheceu pela idade
e filiação.
Diante de seus irmãos pecadores, com uma
compaixão semelhante a Cristo, José sofreu
não por sua própria justiça, mas para que eles
pudessem ser justos diante de Deus. Ele os
ensinou, perdoou e abraçou. Suas palavras
são compassivas: “Não vos entristeçais, nem
vos pese aos vossos olhos por me haverdes
vendido para cá; porque, para conservação da
vida, Deus me enviou diante da vossa face”
(Gênesis 45:5). “E José lhes disse: ‘[...] Vós bem
intentastes mal contra mim, porém Deus o
tornou em bem, para fazer como se vê neste
dia, para conservar em vida a um povo grande.
Agora, pois, não temais; eu vos sustentarei a
vós e a vossos meninos’. Assim, os consolou
e falou segundo o coração deles” (Gênesis
50:19-21).
O Resultado da Aflição
As dores de José levaram os filhos de Israel
a Gósen, onde Deus os queria enquanto
perdurasse a fome. Seu sofrimento em
favor deles garantiu que Israel, como uma
nação completa, crescesse e, em um tempo
determinado, retornasse a Canaã. A glória
desse santo sofredor não era sua própria
justiça, mas era que seu coração justo sofresse
para que outros pudessem ser usados por
Deus também. Quando as provações nos
sucedem, podemos sofrer por fazer aquilo que
é bom, até mesmo fazendo o bem aos outros
(1 Pedro 3:17).
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