JÓ - Sofrendo sem
saber os motivos
Ryan Coleman
Por quê? As ondas da confusão sobem
e descem. Elas obscurecem seu
pensamento e se tornam palpáveis.
Comichões nas articulações começam a brotar
e te deixam fraco. Ficar sentado no escuro não
ajuda, e qualquer coisa que você faça parece
infrutífero. Quando as provações chegam,
há poucas coisas tão desanimadoras quanto
ficar apenas esperando, sem saber o porquê.
Essa foi a experiência do amado Jó, um
homem que sofreu por razões além de suas
habilidades naturais. Os problemas de Jó são
mais relevantes do que nunca para os cristãos
de hoje, e há lições preciosas no livro que leva
o seu nome – a história mais antiga da Bíblia.
Relembrando a Cena
As circunstâncias são incomuns, mesmo para
os padrões do Velho Testamento. Um homem
é atingido por forças sobrenaturais e um teste
é posto por seu grande inimigo, o Diabo.
Com a permissão de Deus, o mundo de Jó foi
acometido brutalmente pela mão podre do
próprio Satanás (Jó 1:12; 2:6).
Jó foi atacado por fora e por dentro, e
pressionado ao topo de limites emocionais
e físicos sem aviso prévio. Em um único e
impressionante golpe, seus filhos, bens e
meios de subsistência são perdidos para
assaltantes e catástrofes. Inabalável diante
de Deus, mas mal recuperada, a pele de Jó é
deixada rastejando e nua devido a um ataque
satânico. Mesmo isso não leva Jó a pecar
diante de Deus; ele é, de fato, um homem
notável.
Fiel ao seu caráter, Satanás incita outros a
abanar as chamas de dor e sofrimento que ele
mesmo acendeu. Em sua aflição possivelmente
mais difícil, os amigos de Jó gastam a maior
parte do livro empregando o caráter de Deus
como uma arma. Eles testam seus limites
espirituais e as acusações são disparadas:
"Você não pode ser inocente, Jó", argumenta
Elifaz. "O que é que você fez?"
"Você precisa se arrepender, Jó! Você é a
questão aqui, ou não haveria todo esse
problema."
Zofar troveja: "Você está cheio de conversa e
merece o que está recebendo!"
"A luz de pessoas más como você deveria ser
extinta!"
Pancada após pancada, Jó defende sua
inocência e justiça diante de Deus e desabafa
sua indignação de como ele chegara até
aquele ponto. Ele realmente não sabe por que
está sofrendo. No capítulo 32, Eliú prepara
o cenário que dará a Jó as respostas que ele
procura. Mais do que os três amigos, esse
jovem aponta Jó para o caráter de Deus.
Consciente da dor e do sofrimento, ele exalta
a Deus e exorta Jó: "A isto, ó Jó, inclina os teus
ouvidos; atende e considera as maravilhas de
Deus" (Jó 37:14).
Finalmente, com autoridade divina, Deus
fala do redemoinho. Todas as reivindicações
de Jó murcham e ele responde ao Senhor:
"Bem sei eu que tudo podes, e nenhum dos
teus pensamentos pode ser impedido. Quem
é aquele, dizes tu, que sem conhecimento
encobre o conselho? Por isso, falei do que
não entendia; coisas que para mim eram
maravilhosíssimas, e que eu não compreendia.
Escuta-me, pois, e eu falarei; eu te perguntarei,
e tu ensina-me. Com o ouvir dos meus ouvidos
ouvi, mas agora te veem os meus olhos. Por
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