Dinheiro | Page 23

dependia de como ele usava o breve tempo que tinha disponível, a nossa recompensa eterna é determinada por nossa fidelidade aqui e agora. Vista sob esse prisma, a parábola do mordomo infiel é desafiadora ao extremo e deve nos levar a refletir se temos demonstrado a prudência que esse homem demonstrou. Tragicamente, muitas vezes é verdade que "os filhos deste mundo são mais prudentes na sua geração do que os filhos da luz" (v. 8). Planejar o futuro é algo que nossos amigos, vizinhos e colegas não salvos fazem o tempo todo. Eles estabelecem seus objetivos – realização acadêmica, sucesso na carreira, previdência para aposentadoria – e permitem que esses objetivos futuros moldem suas prioridades e ações atuais. Os objetivos nos quais eles miram e investem são terrestres, passageiros e, em última análise, sem sentido, mas eles os perseguem com uma diligência e afinco que devem causar um choque de realidade em nós. Com demasiada frequência, nós, que devemos almejar e focar firmemente em galardões eternos e duradouros que realmente importam, somos meros espectadores, sem propósito, determinação ou foco. A realidade solene é que, se muitos de nós dirigirmos nossos negócios ou executarmos nosso trabalho com o mesmo esforço que investimos em nossa vida espiritual, morreríamos de fome. Poderíamos imitar, não a desonestidade do mordomo, mas sua sabedoria. Nos versículos que seguem a parábola, o Senhor deixa claro que o valor do mordomo como exemplo é limitado à sua prudência. Espera-se que nós sejamos fiéis em nossa mordomia, como ele não era, e a fidelidade é crucial, pois é a chave para nossa utilidade atual e nossa futura recompensa: "Quem é fiel no mínimo também é fiel no muito; quem é “Quem é fiel no mínimo também é fiel no muito...” O MORDOMO E A AUDITORIA FINAL injusto no mínimo também é injusto no muito. Pois, se nas riquezas injustas não fostes fiéis, quem vos confiará as verdadeiras? E, se no alheio não fostes fiéis, quem vos dará o que é vosso?" (vv. 10-12). "No mínimo" descreve nossos bens materiais – exceto que eles não são propriamente nossos, porque também são descritos aqui como "alheio". Seu dinheiro, sua casa, seu carro e todas as coisas que você possui não são realmente seus. Deus deu a você para que você possa administrálos fielmente e, ao fazer isso, demonstrar sua aptidão para a você ser confiado "o que é vosso". E se você ou eu falharmos nessa responsabilidade, não devemos esperar que Deus há de nos confiar o que é de real valor – seja agora, seja na eternidade vindoura. Lucas 16 está lidando principalmente com bens materiais. A parábola dos talentos em Mateus 25 traz um argumento semelhante, mas é, talvez, mais ampla em sua aplicação; os talentos incluem o que é material, mas também abrangem toda a gama do que recebemos de Deus – habilidades, dons espirituais, educação, oportunidades e muito mais. A parábola ilustra que esses dons não foram distribuídos de forma idêntica a todos. Mas, como Lucas 16, destaca a relevância crucial em nossa mordomia – não o sucesso ou a prosperidade, mas a fidelidade ao nosso Senhor no período de Sua ausência. E nos lembra que nossa fidelidade (ou fracasso) aqui terá consequências eternas. Já foi dito que nossa vida é um "treinamento para reinar", e é verdade. É também um momento de prova para o serviço. Nossa mordomia será auditada, e o desígnio do nosso serviço eterno e a proporção da nossa recompensa eterna dependerão do resultado dessa auditoria. Que Deus ajude todos nós a sermos fiéis mordomos de tudo o que Ele nos confiou. 23